sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Computador no Ensino de Ciências

No mundo atual várias modificações ocorreram no modo de comunicar e de se informar, mas a maneira de ensinar não teve grandes alterações, prevalece a aula expositiva e a transmissão de conteúdos que supõem serem absorvidos pelos alunos. O uso da tecnologia vem sido tema questionado desde que o mais moderno na escola era possuir o retroprojetor, vídeo cassete e a televisão, estes recursos foram substituídos e a metodologia de ensinagem permaneceu, por quê? Não tivemos nenhuma mudança no comportamento dos professores neste primeiro estágio da informatização? A postura do professor diante das tecnologias é que a faz eficiente. É preciso dar espaço para as descobertas, mas não deixar de lado o questionamento, é preciso associar os saberes e transformá-los em conhecimento, desenvolver a zona de conhecimento proximal de nossos alunos não se restringe a deixa-los aprender autonomamente, mas aguçar sua curiosidade a partir de conhecimentos prévios e o computador vem nos ajudar a abrir as janelas do mundo do saber nos processos educacionais.

O uso do computador esta associado aos conceitos instrucionistas que o utilizam como “maquina de ensinar”, este principio está associado às expectativas de solução automática dos problemas educacionais no que tange a assimilação dos conteúdos a serem transmitidos pelos professores, é comum professores e populares comentarem que determinada escola é muito boa, pois possui televisores Datashow e laboratórios de informática e seus alunos com certeza aprenderão “tudo”, mas toda essa tecnologia deve ser usada adequadamente e não é um instrumento de aprendizagem passiva e sim um recurso de busca e construção e assimilação. Segundo Papert (1986) propõe o ciclo descrição=>execução=>reflexão=>depuração=>descrição. Mas o que isso significa para nossa pratica pedagógica? Através dos conhecimentos prévios o aluno vai expor as suas concepções, numa ação de investigação ele vai buscar as concepções de outras fontes e num processo de reflexão ele vai separar os resultados obtidos e vai construir de forma estruturada a conclusão, ou seja, uma descrição reelaborada a partir de fundamentação teórica. Pensar no computador no primeiro caso é refletir os conceitos Instrucionistas e como recurso para argumentação pesquisa e informação que deve ser fruto da reflexão, onde o aprendiz constrói o seu conhecimento é uma concepção construtivista. A sala de aula equipada com computadores pode virar uma oficina de construção de conhecimento provocador e cooperador ao mesmo tempo.

Para compreensão dos seus fenômenos o ensino de física necessita da experimentação, da observação como da simulação, na pratica seria necessário o uso de laboratórios de física nas escolas, na maioria das escolas publicas isto é desconhecido, mas a muito tempo algumas instituições de ensino tem utilizado o computador para facilitar a aprendizagem desta disciplina.

Quatro formas de utilização deste recurso constituem as etapas da evolução do ensino informatizado de Física, são elas: a instrução assistida por computador que o uso do computador como um livro eletrônico que tem dentre outras vantagens existe a possibilidade inclusão de vídeos e de questionários de perguntas pré-selecionadas e fechadas; os simuladores sem possibilidade de interação ou mudança dos termos estabelecidos e com conceitos pouco intuitivos; a ferramenta de modelagem que surgiu com a linguagem Logo nos anos 60 que permite ao estudante criar e explorar modelos de sistemas físicos, este recurso é um avanço se considerarmos os simuladores até então, uma destas ferramentas, a Modellus já são usadas no ensino de física por alguns professores e faz parte da ementa de ensino de licenciatura em física pela UFES, isso não quer dizer que todos os professores de física tenham acesso a ela, o que sabemos é que ela não é novidade há muito tempo em países com maior investimento em educação; finalmente a quarta geração dos mecanismos computacionais no ensino de física temos os instrumentos de laboratório que são computadores conectados que ligados a sensores possibilitam fazer experimentos que dificilmente seriam possíveis de ser realizados em laboratórios usuais pela precisão dos resultados.

Vimos, portanto que as concepções sobre o uso do computador na aprendizagem nas escolas são tão variadas como sua possibilidade de utilização existe a necessidade da apropriação das aplicações educacionais de seu uso no ensino de forma geral, mas como podemos ver já existe há muito tempo estudos e usos destes recursos computacionais tanto nas formas arcaicas de ensinagem como nas novas possibilidades de ordenação e apropriação de saberes que possibilitam a construção individual e coletiva da aprendizagem. Não será pela instalação dos equipamentos que essa transformação ocorrerá, mas pela mudança de postura diante da nova maneira de construção do conhecimento no munda da informatização.

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